album-de-familia-mora-nelson-aires-01
Página 153.
Joaquim Raimundo Boto, mecânico e proprietário de uma oficina automóvel em Mora. Joaquim restaura o seu automóvel que lhe pertence há muitas décadas e que foi fotografado num piquenique de Páscoa com a sua família entre 1960 e 1970, conforme fotografia publicada na página 153 do livro do AGP.
album-de-familia-mora-nelson-aires-02
Maria José Feitor, 52 anos, e o seu pai, José Ângelo, 76 anos, retratados na casa da Maria em Mora. Maria José é empregada bancária numa agência na freguesia do Couço, em Coruche.
album-de-familia-mora-nelson-aires-03
Maria José Feitor (bebé), e o seu pai, José Ângelos.O retrato que AGP fez de ambos, publicado na página 19 do livro, foi feito em 1962. A lambreta era do fotógrafo.
album-de-familia-mora-nelson-aires-04
José Vicente OLiveira Vinagre, 61 anos, casado com Filipa Maria Correia Moita Oliveira, 60 anos. Têm duas filhas e uma neta que não vivem em Mora. Raquel, 31 anos, vive em Lisboa e Helena, 35 anos, vive em Faro. Helena tem uma filha.
José Vicente é reformado da repartição de finanças de Mora e actualmente gere o café “Retiro Morense” com a sua esposa. O café era do pai de Maria.
album-de-familia-mora-nelson-aires-05
José Israel, 73 anos. Trabalhou como operário na antiga fábrica de tijolos do seu pai em Mora. A fábrica foi fechada por ele e pelos seus irmãos em 1999. José Israel, viveu a morte do seu pai e dos seus irmãos, é o único que ainda está vivo.
album-de-familia-mora-nelson-aires-06
Maria Lucília Catarino Vacas, 63 anos. Casou-se em 1972, com 22 anos. O seu marido é irmão da Ana Lamarosa, cujo retrato com a sua irmã Emerenciana está publicado na página 64 do livro do AGP.
album-de-familia-mora-nelson-aires-07
Álbum de fotografias “O Nosso Casamento” de Maria Lucília Catarino Vacas.
Estas são as únicas páginas com fotografias que o álbum tem. O retrato publicado no livro do AGP (pág. 44) é a fotografia do canto superior direito, onde a Maria Lucília está ao lado do retrato da mãe que falecera dois anos antes.
album-de-familia-mora-nelson-aires-08
Maria José Serra na casa da sua falecida mãe em Mora.
Saiu de Mora em 1971 para estudar línguas em Lisboa. Conheceu o seu marido em 1973 no trabalho, casando-se em 1978. Tem um filho, João Carlos, 31 anos. Continua a viver na área metropolitana de Lisboa.
album-de-familia-mora-nelson-aires-09
José António Silva Lopes, 70 anos, casado há 45 anos com Joaquina Maria Calhau da Silva.
Alfaite com alfaiataria própria na sua casa em Mora. Ribatejo, natural do Couço, José vive e trabalha em Mora há várias décadas. O seu trabalho é conhecido internacionalmente.
album-de-familia-mora-nelson-aires-11
Francisco Pinto, 64 anos, casado com Maria Angelina Mendes Pinto.
Manuel José Farrica, 60 anos, “solteiro sem compromisso”, dono do automóvel. Há mais de 40 anos atrás AGP fotografou ambos em cima da motorizada nova do Manuel dentro da sua casa.
album-de-familia-mora-nelson-aires-12
Rosária Varela Ferraz, 71 anos.
Começou a trabalhar aos 12 anos de idade como cozinheira na casa do Dr. Possidónio. Casou-se com um sacristão e divorciou-se aos 35 anos de idade com duas filhas (uma vive em Mora e outra no Porto). Foi a sua paixão, mas que foi morrendo dia
após dia. Nunca mais quis casar.
Vive como governanta numa moradia há 36 anos em Mora. Francisco José Grave Pereira (um dos proprietários) deixou-lhe em testamento metade da casa para continuar a viver até quando Rosária desejar. Há vários anos que vive na metade da casa, sendo visitada regularmente pelas suas filhas e pelos seus três netos. Os proprietários também a visitam nos fins de semana que lá ficam a dormir. Rosária ocupa o seu tempo livre com acções de voluntariado na Santa Casa da Misericórdia.
Rosária é irmã da Maria Conceição Ferraz, cujo retrato está publicado na página 86
do livro do AGP.
album-de-familia-mora-nelson-aires-13
José António Silva Pinto, 54 anos. Foi emigrante no Iraque durante sete meses onde trabalhou na construção civil. Actualmente é casado, vive em Brotas
e trabalha por conta própria em algumas herdades de Mora.
Página 52.
album-de-familia-mora-nelson-aires-14
Otília Espanhol, 78 anos, na sala de estar da sua casa em Mora.
Casou aos 30 anos com Manuel Florindo Pires Rosado. Trabalhou na agricultura até aos 30 anos, deixou de trabalhar no campo por causa da coluna. Depois da agricultura serviu até aos 70 anos em várias casas de família.
Tem um filho Jorge Manuel Espanhol Rosado, casado com 44 anos que vive numa casa a seu lado. Não tem netos.
album-de-familia-mora-nelson-aires-15
Otília Espanhol, 35 anos, sentada na segunda posição a partir da esquerda na fotografia com cinco mulheres sentadas no chão da casa da família Mexia onde trabalhavam. Serviu na casa durante 8 anos. Actualmente a mesma casa serve as instalações da GNR de Mora.
album-de-familia-mora-nelson-aires-17
Ano aproximado de 1972. Luísa Garcia, 26 anos, com o seu cão Piloto e Maria Pomba em frente à Casa do Povo de Cabeção. Esta fotografia é de uma amizade que está interrompida há mais de 30 anos. Desde o 25 de Abril, um desentendimento de questão pessoal misturado com convicções políticas
foi o suficiente, para um dia, Maria passar por Luísa e não mais lhe dirigir “boa tarde”. Pensei que a fotografia seria uma boa desculpa para voltarem a serem amigas, mas não foi. Apesar, de nenhuma continuar zangada e ambas guardarem cada uma, em suas casas, a fotografia com o Piloto, esse cão, que é o melhor amigo do homem.
album-de-familia-mora-nelson-aires-19
Joana Cunha Duarte Piseiro, 67 anos, retratada no jardim da sua casa em Cabeção. Hoje o seu lenço é adereço de toillete, ao contrário do lenço que usava na fotografia feita por AGP (página 84) para enviar para o seu marido que estava a servir na guerra do Ultramar.
Página 84.
album-de-familia-mora-nelson-aires-20
Retrato feito por AGP e publicado na página 60. Rosária Prates (à direita) e suas amigas Maria Custódia (esquerda) e Victória, posam no Studio Fotográfico durante uma Feira Anual de Mora que se realiza em Setembro.
album-de-familia-mora-nelson-aires-21
Rosária Prates, 73 anos, retratada em frente à sua casa em Mora. Casada com o irmão do Sr. Ernesto que é marido de D. Cristina Beiró que está publicada na página 134 do livro do AGP.
album-de-familia-mora-nelson-aires-22
Maria Rosária Prates, 83 anos, com vários retratos feitos pelo António Gonçalves Pedro. No seu colo pode-se ver o retrato que AGP fez da D. Rosária com um gato de porcelana ao colo que está publicado na página 89 do livro.
Página 89.
album-de-familia-mora-nelson-aires-23
Maria Rosária Prates, 83 anos, retratada na sua casa em Mora. D. Rosária é a mãe de Eduardo Prates Canelas publicado na página 42 do livro AGP.
Página 89.
album-de-familia-mora-nelson-aires-24
Balbina Maria Magro Lopes e o seu filho Joaquim João Magro Lopes, 47 anos, professor no Agrupamento Vertical de Escolas do concelho de Mora. O retrato foi feito na casa da D. Balbina em Pavia, onde em 1974 AGP fotografou toda a família (página 148 livro AGP). Na fotografia presente estão ausentes o marido de Balbina José Miguel Lopes falecido aos 71 anos, e o seu filho João Luís, 40 anos, casado e com uma filha.
album-de-familia-mora-nelson-aires-26
Manuel José Filipe, 60 anos, casado com Manuela Maria Barbosa Filipa. Têm dois filhos. Trabalha há 30 anos como tratorista na Herdade da Pereira em Mora, onde também
é responsável por todos os trabalhos agrícolas e pecuários.
Página 38.
album-de-familia-mora-nelson-aires-27
Maria José Galvão, 63 anos. Reformada dos trabalhos de agricultura. Maria é casada com António Francisco Silva, 68 anos. Do seu casamento nasceram dois filhos, João Silva e Fátima Silva. Têm três netas, Raquel Relvas, Diana Relvas e Sara Silva.
album-de-familia-mora-nelson-aires-28
Maria da Conceição Varela Ferraz Fernandes, 61 anos, na sala de estar de sua casa em Mora. Maria da Conceição é cozinheira e proprietária (juntamente com o seu marido) de um café restaurante em Mora.
D. Conceição é irmã de Rosária Varela Ferraz, retrato publicado
na página 147 do livro do AGP.
Página 86.
album-de-familia-mora-nelson-aires-29
Álbum de fotografias feito pelo Sr. Fernandes, marido de Maria da Conceição. Pode-se ver no álbum a fotografia de D. Conceição que comprou ao AGP, mas com um reenquadramento para o formato rectangular. O enquadramento original está publicado na página 86 do livro.
Página 86.
album-de-familia-mora-nelson-aires-30
Cecília Tição, 81 anos, solteira, à janela da sua casa onde outrora havia
comboios que chegavam e outros que partiam nas linhas de ferro em frente à sua janela. Nesse tempo a janela não tinha grades de protecção. Hoje, as linhas de ferro não estão cravadas na terra da estação de comboio, mas sim na sua janela.
Página 98.
album-de-familia-mora-nelson-aires-31
Jacinto Bravo, 65 anos, natural da freguesia de Santo Antão em Évora,
vive em Mora desde criança. Trabalhou como Tesoureiro de Finanças em Mora até há 10 anos atrás, altura em que se reformou.
Página 16.
album-de-familia-mora-nelson-aires-32
Álbum de fotografias de Ernesto João Moita Ferreira, feito na guerra do Ultramar em Angola durante 01/05/1970 a 01/05/1972, período em que esteve na Polícia Aérea da F.A.P. No seu álbum, guarda os retratos da sua (agora) esposa D. Cristina que durante a guerra lhe enviava juntamente com cartas de namoro.
Página 134.
album-de-familia-mora-nelson-aires-33
Cristina Rosa Edereço Pereira, 64 anos, esposa de Ernesto João Moita Ferreira, 65 anos. Têm duas filhas e cinco netos: Sónia Pereira, 40 anos, tem dois filhos e vive em Mora. Marta Pereira, 34 anos, tem três filhos e vive no Couço, Coruche. Cristina foi trabalhadora rural até aos 46 anos. Reformou-se por invalidez.
album-de-familia-mora-nelson-aires-34
Filipa Carneiro, 54 anos. Trabalha desde os 14 anos na Farmácia Falcão em Mora. Na página 31 do livro, sem que ninguém soubesse, está o seu marido, António Inácio (na altura solteiro), convidado de um casamento, retratado
numa fotografia de grupo, debaixo do véu de uma noiva do Couço.
António manteve a sua identidade em segredo, até este trabalho ser feito.
Página 20.
album-de-familia-mora-nelson-aires-36
Maria de Lurdes casou-se em 30 de Julho de 1972. A boda durou dois dias.
O seu marido, Rafael Teles foi emigrante na Alemanha e veio casar-se a Brotas. Depois do casamento regressou sozinho à Alemanha. Mais tarde Maria de Lurdes também foi, nascendo lá os seus filhos.
Página 125.
album-de-familia-mora-nelson-aires-37
Rosa Maria Estevão, 63 anos. Viúva, vive no Bairro da Misericórdia em Mora.
É mãe de dois filhos e avó de um neto. Durante o dia vai para o Centro de Dia, onde tratam dela. À noite regressa a casa onde dorme.
album-de-familia-mora-nelson-aires-38
Custódia Caeiro, 62 anos, vive em Lisboa. O retrato foi feito no telhado da casa da sua filha que vive na freguesia do Couço, em Coruche. Quando perguntei se lhe podia fazer um retrato, a D. Custódia disse-me que a casa estava em obras e desarrumada pela confusão. Eu olhei para o telhado e vi-o muito arrumado.
album-de-familia-mora-nelson-aires-39
Gertrudes Custódia Chaveiro Gavião retratada no quarto da sua mãe que vive sozinha numa casa da Câmara Municipal de Mora. AGP fez
o retrato de Gertrudes vestida com uma t-shirt estampada com uma guitarra e com as palavras “Grândola Vila Morena”. A t-shirt foi-lhe oferecida em solteira por um namorado que faleceu num acidente de moto. No caixão, ao lado do corpo, colocaram o seu capacete e a t-shirt que ofereceu a Gertrudes.
album-de-familia-mora-nelson-aires-41
Zélia Nunes, 46 anos, na sua casa em Mora. Zélia é casada com Rui Barroso, 48 anos. Ambos trabalham na padaria dos pais do Rui em Mora. Trabalha na venda do pão ao balcão e o marido no fabrico. Tem uma filha com 23 anos que é Mestre em Comunicação Social, mas que, enquanto não tem trabalho na sua área, trabalha nos balcões de venda de um Continente na área metropolitana de Lisboa.
Página 73. Zélia Nunes
album-de-familia-mora-nelson-aires-42
D. Irene Marques, 49 anos, na sua casa em Mora. Irene é filha do falecido barbeiro João Claudino, cujo retrato dele a trabalhar na antiga barbearia está publicado na página 109 no livro do AGP.
album-de-familia-mora-nelson-aires-43
Maria Antónia Parreira, 63 anos. Trabalhou na secretaria de Mora entre 1969 e 1975. Depois mudou-se para Montemor para trabalhar na Tesouraria da Fazenda Pública entre 1975 e 1994.
album-de-familia-mora-nelson-aires-46
Elisa Mercedes, 63 anos, com a sua irmã Maria Manuel, 60 anos. O retrato foi feito na casa da Maria Manuel. Dos quatro irmãos, só elas vivem em Mora.
Para a rua de Maria Manuel, foram treze casais viver, vinte e seis gaiatos nasceram e apenas três ou quatro vivem em Mora.
album-de-familia-mora-nelson-aires-47
À esquerda: Carlos Sinogas, farmacêutico, Doutor em Bioquímica (Farmácia), docente na Universidade de Évora.
À direita: José Manuel Sinogas, ex-presidente da C. M. Mora. Vivem ambos em Pavia.
album-de-familia-mora-nelson-aires-48
Eduardo Prates Canelas, 62 anos, divorciado com duas filhas. Vive sozinho com a mãe Rosária Prates publicada na página 89 do livro do AGP. Trabalha como jardineiro na Santa Casa da Mesericórdia de Mora.
Página 42.
album-de-familia-mora-nelson-aires-49
Natividade Caldeira na sua casa em Mora. Começou a trabalhar na costura com 10 anos de idade. Durante algum tempo manteve um negócio em Mora ligado à execução de cortinas. As cortinas de casa foram feitas por ela.
album-de-familia-mora-nelson-aires-50
Manuela David, casou e mudou-se para Lisboa em 1972 onde tem lá casa. No ínicio dos anos 90 comprou casa em Mora para os seus pais onde viveram cerca de dois anos antes de falecerem. Manuela e o seu marido dividem habitação entre Mora e Lisboa. Manuela tem uma filha, Vera, 30 anos de idade que vive e trabalha em Lisboa.
album-de-familia-mora-nelson-aires-51
Manuela David, mais ou menos 20 anos de idade, fotografada pelo AGP com retrato do marido na mão em 1969 ou 1970. O retrato foi enviado para a Angola durante a Guerra do Ultramar.
album-de-familia-mora-nelson-aires-52
Dia do baptizado de Fernando que nasceu em 1963. Os retratos que estão nas mesas de cabeceira são da sua mãe Maria Helena e do seu pai Joaquim Oliveira, ambos vivos no dia do baptizado. O mesmo vestido serviu, seis anos mais tarde, à para o baptizado da sua irmã.
album-de-familia-mora-nelson-aires-53
Fernando Godinho Alves Oliveira, 49 anos, filho de Maria Helena (79 anos) e de Joaquim Alves Oliveira (falecido).
Fernando está desempregado, tendo já trabalhado como guarda da Herdade da Tramagueira em Pavia. Fernando vive sozinho numa casa ao lado da casa mãe. É divorciado e pai de uma filha com 28 anos que vive em Brotas.
A fotografia do seu baptizado está publicada no livro na página 143.
album-de-familia-mora-nelson-aires-54
Luísa Nunes, 42 anos, na sala de estar da casa da sua mãe em Mora.
A Luísa é engenheira Agrónoma Florestal e trabalha na C. M. de Mora onde é responsável pelos dossiês Higiene e Segurança e dos Fundos Comunitários.
album-de-familia-mora-nelson-aires-56
Maria Francisca Leão, 60 anos, retratada na sala de jantar da sua casa em Mora. A profissão que consta no seu cartão da Casa do Povo é: Rural.
Página 53
album-de-familia-mora-nelson-aires-57
Cartão da Casa do Povo do Distrito de Évora. O retrato publicado no livro foi feito pelo AGP para uma fotografia de passe para a Casa do povo.
As casas do povo foram criadas pelo Decreto-Lei n.o 23 051 de 23 de setembro de 1933, a partir daqui o AGP fotografou praticamente todas as pessoas do concelho de Mora.
Página 53.
album-de-familia-mora-nelson-aires-58
Jacinta Maria Caramujo Fortio Martins, 65 anos, com o vestido de noiva do seu casamento que o AGP fotografou. Jacinta tem um filho, Luis Miguel Caramujo Martins (40 anos) que é o actual presidente da Junta. Um dos retratos de Jacinta vestida de noiva no dia do seu casamento foi publicado na página 93 do livro do AGP.
album-de-familia-mora-nelson-aires-59
Joaquina Augusta, viúva. O seu marido Joaquim Inácio faleceu no dia 2 de Setembro de 2012.
O retrato de ambos, neste mesmo local, feito enquanto namorados está publicado na página 42 do livro do AGP.
album-de-familia-mora-nelson-aires-60
Francisco Ramos Lopes, 77 anos, retratado na sua casa em Mora. Francisco é viúvo, vive sozinho e não tem filhos. Trabalhou como agricultor e encontra, por exemplo, na caça oportunidade para conviver com amigos.
Página 157.
album-de-familia-mora-nelson-aires-61
Leonor, 55 anos, vive em Mora com o seu marido Joaquim António com quem casou em Maio de 1980. Têm dois filhos e uma neta
que nasceu em Janeiro de 2013. Leonor trabalha nos serviços administrativos no hospital da Santa Casa da Misericórdia em Mora
album-de-familia-mora-nelson-aires-65
Helder Marques, 47 anos, com seus pais Rosária Marques e Joaquim Ezequiel Marques, 76 anos e 80 respectivamente. Helder é casado, vive em Lisboa e trabalha
no sistema bancário. Todos os sábados visita os pais que vivem em Mora para almoçar e periodicamente fazer pão.
album-de-familia-mora-nelson-aires-67
Fernando e António Manuel, filhos de António Gonçalves Pedro fotografados no Studio Fotografico onde durante décadas retratou o povo de Mora.
Hoje em dia, os filhos, ainda fazem fotografias de passe usando uma câmara Fujifilm Fotorama FP-14 II que era do pai.
album-de-familia-mora-nelson-aires-68
Porta da loja “Casa Progresso” de António Gonçalves Pedro (AGP), Lda. Foi nesta porta que durante a sua vida colocou muitas das suas fotografias para as pessoas verem e comprarem as que mais gostavam.
“A morte é uma flor que só abre uma vez”, é o primeiro verso de um poema de Paul Celan que muitas vezes esteve presente durante a execução deste trabalho. Sempre que morre alguém, que foi fotografado por António Gonçalves Pedro (AGP), é enterrado um pedaço do património colectivo de Mora e também do processo do seu trabalho. A memória é vulnerável e preservá-la implica uma constante corrida contra o tempo. Estudar e arquivar devidamente a obra de um fotógrafo como AGP é urgente, e o apoio de todos essencial.
Não ter conhecido pessoalmente em vida AGP é uma fissura permanente em qualquer pesquisa que tente fazer sobre a sua obra. Posta esta urgência em encontrar com vida o maior número de pessoas fotografadas por ele, optei por concentrar todo o esforço em redor do livro editado em 2003. Este constitui um trabalho de muito tempo, de olhar criterioso e valioso que conceptualmente não pude ignorar.
O livro tornou-se, então, o centro do meu mundo. Procurei e fotografei as suas personagens. Passei-o de mão em mão, por entre olhos e ouvidos, sempre na esperança de uma identificação viva e de uma morada. Andava invariavelmente comigo, influindo em todas as relações e revelações, transformou-se num álbum de família contínuo, um álbum revisitado que não parava de se adensar com novas histórias, encontros e desencontros. Em pouco tempo, eu já não era o fotógrafo que pedia informações mas também alguém que informava e que recontava as notícias de quem se perdeu rasto no decorrer dos anos.
Para além dos retratos agora feitos, interessou-me também procurar as provas fotográficas reenquadradas que AGP entregava aos seus clientes. Desse modo acabei por mergulhar na vida interior dos originais álbuns de família, na casa de papel onde as pessoas arquivam a sua história. Ao mesmo tempo, percebi o impacto da ausência de um fotógrafo numa comunidade. Os álbuns de família estão cada vez mais vazios. Apesar de a fotografia se ter generalizado e de haver cada vez mais aparelhos fotográficos, as fotografias tiradas, ao invés de impressas, são enviadas em suportes digitais, reféns da instabilidade que advém de não se materializarem.
Este livro não encerra o meu trabalho, pois necessito demorar mais por Mora. Demorar porque o tempo escolhe o que perdura. Porque devemos escolher com o tempo, explicando-lhe também o que nos importa, o que nos identifica com dignidade e orgulho.
Nelson D’Aires
Abril de 2013